domingo, 28 de dezembro de 2008

Você acha Ronaldo gordo? Então conheça a incrível história do primeiro goleiro do Chelsea e seus 165Kg

Muito tem se falado sobre o Ronaldo e seu peso. De magrelo no começo da carreira no São Cristovão a atleta fortalecido fisicamente no PSV, ele entrou no rol dos gorduchos. Em 2008 o corintiano foi eleito o “Melhor Jogador Gordo da História” em irônica eleição promovida pelo jornal inglês The Sun.
Mas quando foi que, pela primeira vez, um jogador realmente gordo, se destacou no futebol? Foi no final do século 19, quando o goleiro William Henry “Fatty” Foulke surgiu na meta do Sheffield United, pelo qual disputou 299 partidas. Um homem gigantesco, ainda mais para os padrões da época.



Foulke ganhou o apelido “Fatty”, que significa gorducho, por razões óbvias. Tinha cerca de 150 quilos distribuídos por um metro e 93 centímetros de altura. “Colossus” era seu outro nickname.
Estreou contra o West Bromwich Albion em 1º de Setembro de 1894, aos 20 anos, e comandou os Blades em três finais de Copa da Inglaterra, ganhando duas, em 1899 e 1902; além de conquistar o campeonato inglês de 1898.



Em 1896-97 alcançou um recorde para a época, sofrendo apenas 29 gols na temporada em que atuou 30 vezes, desfalcando o time em uma partida somente. Foulke ficou famoso como pegador de pênaltis numa época em que os goleiros não tinham que ficar sob as traves no momento da cobrança.
Chegou a pesar 165 quilos durante a carreira e também jogou críquete. Defendeu a seleção inglesa de futebol em uma ocasião, na vitória por 4 a 0 sobre Gales em 28 de março de 1897. Valorizado, chegou a receber 3 libras por semana de salários, fora os prêmios, quando a maioria dos colegas embolsava aproximadamente um terço disso.



Após 11 anos, trocou de time e aos 31 de idade chegou ao Chelsea, então um clube recém-fundado que disputava a segunda divisão e desembolsou 50 libras para contar com suas defesas. Ele foi, assim, simplesmente o primeiro goal keeper da história dos Blues. Sim, Petr Cech é seu herdeiro.
Lá ficou por uma temporada, pegou 10 pênaltis no campeonato e ajudou o time a terminar em terceiro lugar. Em 1906 Foulke se transferiu para o Bradford City, que pagou as mesmas 50 libras para tê-lo. O gigantesco goleiro encerrou a carreira em 1907.



Deixou algumas lendas, como ter forçado a interrupção de um jogo por quebrar a trave ao fazer uma defesa. Em outra ocasião teria rasgado o uniforme ao dar um salto e, sem equipamento reserva do seu tamanho, teria terminado o jogo envolto num lençol.
Morreu em 1916, aos 42 anos. O motivo? Oficialmente pneumonia, mas uma versão atribui o falecimento do goleiro à cirrose. “Fatty” Foulke ficou em segundo lugar na eleição do The Sun vencida por Ronaldo.

O personagem deste post já foi tema do quadro Aconteceu, do programa Fora de Jogo, debate sobre futebol internacional apresentado por Paulo Calçade, com Paulo Vinicius Coelho, Luis Calvozo e este blogueiro, toda quinta-feira, às 20 horas, na ESPN.
Esse é um raro e incrível vídeo de William Henry “Fatty” Foulk em ação na final da Copa da Inglaterra de 1901, Sheffield United x Tottenham, no Crystal Palace, com inacreditáveis 110 mil pessoas presentes (abaixo). O jogo terminou 2 a 2. Na partida extra, no campo do Bolton da época, o Burnden Park, os Spurs impuseram 3 a 1. Assim, os Blads, mesmo com Foulke na meta, ficaram com o vice.



Mauro Cezar Pereira em 26.12.2008 - http://blogs.espn.com.br/maurocezarpereira/

NATAL

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

DE VOLTA PARA O PASSADO

Depois que viveu o vilão Biff na franquia “De Volta Para o Futuro”, o ator Tom Wilson não interpretou nenhum outro personagem de destaque no cinema. De lá para cá, foram mais de 16 anos de pequenos papéis, dublagens e participações em seriados.

Pois bem. Há três anos, quando o ostracismo parecia inevitável, Wilson “que também é músico” entrou para o mercado do stand-up comedy. E deu certo.

Com um violão debaixo do braço, Biff… digo, Wilson passou a fazer paródias, cantar (bem) suas próprias composições e lotar teatros por onde passa. O sucesso foi tanto que o ator voltou a ser escalado para produções maiores de Hollywood, como o filme “The Informant”, previsto para estrear em 2009 e estrelado por Matt Damon.

No entanto, apesar da guinada na carreira, Tom Wilson não consegue esquecer Biff. Ou melhor, não conseguem fazê-lo esquecer de Biff. Não que Wilson queira apagar as recordações referentes ao personagem mais marcante da carreira, mas é que ele simplesmente não agüenta mais responder as mesmas perguntas.

Por isso, antes de terminar todas as suas apresentações, Wilson agradece, saúda o público, coloca-se à disposição para falar com todos, mas, antes, ele faz uma pequena ressalva…


domingo, 21 de dezembro de 2008

Europeus desejam o título mundial, claro, mas dão maior importância para a Uefa Champions League

O ar blasé de alguns jogadores. A comemoração tímida do Manchester United imediatamente após a partida. A repercussão pequena nos sites ingleses após o apito final. Tal cenário trouxe de volta a velha discussão. Afinal, os europeus ligam ou não para o título mundial?
Ligam sim, claro, mas não tanto quanto os sul-americanos, e dão maior importância à Liga dos Campeões. Motivo? Ela é muito mais difícil de conquistar. Se no Mundial o representante europeu cumpre tabela na semifinal e entra como favorito na decisão, na Champions é bem diferente.
Vejamos o calendário do Manchester United. O que é mais complicado, superar o Gamba Osaka e a LDU ou o mata-mata que vem aí, em fevereiro, com a Internazionale, tricampeã italiana? E se passarem pelo time de José Mourinho, os Red Devils ainda terão mais duas fases em jogos de ida e volta para, vencendo novos rivais, alcançarem a final, em Roma.
Mais do que um eventual aumento da premiação — hoje são US$ 5 milhões para o campeão e US$ 4 milhões ao vice —, o desafio em campo precisa ser maior para estimular os europeus. Obstáculos técnicos estimulariam, os motivariam ainda mais a buscar a taça, seja no Japão ou nos Emirados Árabes.
Mais um time da Europa como possível adversário e dois sul-americanos presentes seriam passos importantes para fazer do torneio da Fifa tecnicamente mais difícil. E é evidente que qualquer competição mais acirrada desperta a gana dos melhores. Por enquanto…

Postado por Mauro Cezar Pereira em 21.12.2008 12:27 pm

sábado, 20 de dezembro de 2008

Bambis, ora pois!

Já que ninguém fala, direi eu.

Está na hora de nós, são-paulinos de fina estirpe, tricolores de quatro costados, assumirmo-nos: somos bambis, sim senhor! Por que não?

Depois de muito ruminar o assunto, agora, pondo em perspectiva, creio que o Vampeta prestou um grande serviço quando nos colocou o apelido.

Jocoso, pra dizer o mínimo.

Vamos falar claramente.

Funciona assim: chamo alguém de bambi querendo associá-lo à homossexualidade, de forma a diminuí-lo ou desvalorizá-lo, como se isso diminuísse ou desvalorizasse quem quer que seja.

E nós, tricolores, temos nos sentido ofendidos, sem lembrarmo-nos de que a ofensa só acontece quando o ofendido se dá por ofendido.

Pleno 2008, quase 2009, século 21!

Se futebol é coisa de macho, amigo, é também de mulheres e homossexuais, e de qualquer outra classificação em que se encaixe quem ama esse esporte.

Tricolores hetero e homossexuais, são-paulinos civilizados, hexacampeões que querem ver cada vez mais distantes a barbárie e a selvageria que assolam este mundão de meu Deus, vamos assumir em coro: somos bambis, sim, senhor! Somos bambis!

Vamos fazer como fez no passado o Palmeiras, que adotou o porco, e hoje faz lindas festas no chiqueiro.

Ou o Flamengo, que assumiu o urubu, e atualmente tem torcida organizada que leva seu nome.

Sugiro à torcida que teça uma enorme bandeira com um bambi muito másculo sentado à mesa, devorando os restos de um porco e de um gavião!

Que ela invente cânticos divertidos sobre isso.

Proponho à diretoria que encampe essa idéia, e siga indicando que somos um time moderno, um espaço para o qual convirjam pessoas de toda sorte, independentemente de suas preferências sexuais.

Vai fazer um bem danado para a imagem e para os cofres do clube.

Inclusão é palavra que deve nos orgulhar, não nos envergonhar.

A Terra será um planeta muito mais habitável à medida que aprendamos a soletrar a palavra igualdade.

Nós, tricolores, devemos dar o exemplo.

Que ele seja dotado de bom-humor.

Em coro, nos estádios país afora, ou onde quer que estejamos, gritaremos: bambis, bambis sim senhor!

Por FERNANDO GALLO

OS DUELOS DA CHAMPIONS, NAS OITAVAS-DE-FINAL

MANCHESTER UNITED x INTERNAZIONALE
ROMA x ARSENAL
LIVERPOOL x REAL MADRID
PANATHINAIKOS x VILLARREAL
JUVENTUS x CHELSEA
BARCELONA x LYON
BAYERN x SPORTING
PORTO x ATLÉTICO DE MADRID

E tem gente que ainda prefere ver futebol brasileiro...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Vasco Eletrobrás

Tinha a impressão de que o excelente contrato do Vasco com a Eletrobrás se inscrevia entre aqueles que as estatais fazem para concorrer com a iniciativa privada, ou seja, que era bom para ambos os lados dada a força da marca cruzmaltina e até disse isso ontem, no CBN EC.

Mas a Eletrobrás hoje nada mais é do que um banco de fomento, pois não opera nada.

Quem faz a geração são Furnas, Eletronorte, Eletrosul e Chesf.

A distribuição é feita pelas distribuidoras.

A Eletrobrás hoje só administra mesmo na ponta as falidas Cepisa, Cemar e Ceam.

Em suma, não há nada que justifique tecnicamente um patrocínio ao futebol.

Nada.

Seria o mesmo que o BNDES patrocinar algum time.

A Petrobras no Flamengo ainda se justifica, pois a empresa tem operações na ponta.

No caso do Vasco, é politicagem pura.

E com nosso dinheiro.

Juca Kfouri - 11/12/2008

DILMA

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Total de pontos ganhos em pontos corridos desde 2003

1. São Paulo - 448 pontos

2. Santos - 406 pontos

3. Cruzeiro - 396 pontos

4. Inter - 394 pontos

5. Goiás - 364 pontos

6. Atlético/PR - 355 pontos

7. Flamengo - 352 pontos

8. Fluminense - 338 pontos

9. Figueirense - 335 pontos

10. Vasco - 317 pontos

11. Palmeiras - 316 pontos

12. Corinthians - 311 pontos

13. Grêmio - 286 pontos

14. Paraná - 281 pontos

15. Atlético/MG - 275 pontos

16. Botafogo - 269 pontos

17. Juventude - 266 pontos

18. Coritiba - 237 pontos

19. São Caetano - 215 pontos

20. Ponte Preta - 204 pontos

21. Vitória - 156 pontos

22. Paysandu - 146 pontos

23. Fortaleza - 142 pontos

24. Criciúma - 110 pontos

25. Guarani - 110 pontos

26. Sport - 103 pontos

27. Náutico - 93 pontos

28. Bahia - 46 pontos

29. Brasiliense - 41 pontos

30. Lusa - 38 pontos

31. Ipatinga - 35 pontos

32. Santa Cruz - 28 pontos

33. América - 17 pontos

O DESPERTAR DAS ILUSÕES

O Palmeiras iludiu-se com Luxemburgo. O Palmeiras e a Traffic.
O Fluminense iludiu-se com Renato Gaúcho; o Vasco, com Roberto Dinamite; o Flamengo, com Márcio Braga e Caio Jr.
O despertar é de ressaca.
O Palmeiras entregou-se a Luxemburgo.
Ele teve a Traffic; portanto, dinheiro e os jogadores que quis.
Rejeitou a vários.
Como sempre, quis adotar o modelo all inclusive (tudo incluído).
Você contrata Luxemburgo por um custo absurdo, acima da própria capacidade de receita.
Ele vem com uma comissão técnica caríssima e passa a mandar em tudo.
Ninguém entende de nada; só ele sabe de futebol, de gestão, de tudo.
O pacote deu nisso: o pior posto na classificação para a Libertadores com um elenco que promete não passar da fase de grupos.
Algo que outros técnicos menos cotados e com salários muito inferiores já o fizeram.
O custo não valeu o benefício.
O Fluminense tinha time para estar na zona da Libertadores.
Abriu mão disso ao entrar na do Renato Gaúcho, no início do campeonato.
Amargou um ponto ganho no Brasileirão por várias rodadas para poupar o elenco em fase prematura.
Acreditou nessa de comando absoluto do técnico!
Roberto Dinamite pensou que a simpatia seria suficiente.
Quando entrou, não trocou a estrutura de Eurico, não fez a remodelação necessária.
Depois, acreditou que um boleiro amigo (o Tita) resolveria.
Solução atual da moda: coloca um boleiro de técnico ou gerente que resolve.
Porque ele fala a linguagem do jogador. Só que ser boleiro não assegura capacidade de gestão nem conhecimento técnico.
Na seqüência, Dinamite entrega o poder para Renato Gaúcho, que chega com os mesmos erros do Flu.
E com quem não tem nem afinidade de idéias. Na reta decisiva, ficaram brigando em público.
O Flamengo deixou-se levar pelo discurso presunçoso de um presidente que abre champanhe antes da conquista e teve por Caio Jr a mesma ilusão que nutriu o Palmeiras.
De fato, Caio é uma figura decente no futebol; mas essa condição, necessária, não é suficiente para dirigir times de ponta em momentos de decisão.
Márcio é retórica. E isso não resolve: ilude.
No meio de todas essas ilusões brotou o São Paulo, campeão.
Parabéns ao Tricolor.
Que fez a sua parte sem brilho, sem administração de S/A, como disseram.
O São Paulo, que poderia ser vanguarda do futebol brasileiro, não avança.
Deve se perguntar por que fazer mais se assim é o suficiente?
Se a concorrência não o estimula, deixa como está.
Os clubes concorrentes estão a ajudar o Tricolor ser campeão.
Iludidos, além de optarem pela figuração permanente, eles atrasam o avanço do futebol brasileiro.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Bolão do Calçadão 38ª Rodada

Em nome de todo o setor de informática do Calçadão, criado e administrado pelo nosso magnífico presidente, eu gostaria de agradecer a todos os FILHOS DA PUTA que passaram todo esse tempo entrando em nosso blog para ver seus resultados no bolão e nunca deixaram um comentário. A nossa felicidade é tão grande que desejamos a vocês um natal FUDIDO e um fim de ano de MERDA com muito PERU NO RABO.
E no próximo ano vocês que se FODAM para olhar o resultado do bolão.
Qualquer dúvida ou reclamação a presidência está pronta para atuar.
Obrigado.
Edil

Buraco Negro

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O que falta é paixão

Tudo que se ventilou durante a quinta-feira acabou confirmado de na madrugada de sexta. Com aquela cara de “oh, como sofremos ao tomar essas decisões”, o presidente da Honda anunciou que a empresa está mesmo fora da F-1.

Bem, quem sou eu para questionar decisões de empresas? Cada um sabe onde dói o calo, como se diz. Mas está na cara que o desfecho dessa história apenas reforça as teses de Max Mosley. Fábricas de carros não estão nem aí para as corridas. Elas são apenas um luxo a mais para satisfazer egos, como patrocinar uma competição de pólo que ninguém vê ou montar um stand opulento no Salão do Automóvel para servir uísque caro e mostrar mulheres gostosas.

Não há comprometimento nenhum, porque essas companhias, hoje, não têm propriamente uma direção “humana” — um presidente/dono apaixonado por competições, uma trajetória, uma história nas pistas. Elas têm conselhos de administração, acionistas e executivos engravatados indicados por head-hunters, gente que nunca entrou numa fábrica ou acelerou um carro. Não há paixão por nada. Se Soichiro Honda (o presidente da época de Senna) fosse vivo, talvez essa deserção ridícula não acontecesse. Ele gostava de F-1, gostava de competir.

Digo que a deserção é ridícula porque se é verdade que os custos de uma temporada são altos, também é verdade que pouco representam no faturamento global de uma montadora de porte — tanto que a Honda abriu mão de patrocínios nos últimos dois anos.

O fim da equipe significa o desemprego de quase mil pessoas. Na prática, é disso que se trata: demitir. As grandes montadoras encheram os bolsos nos últimos anos, vendendo carros que nem água. Não sei se aumentaram os salários de seus operários por isso. Acho que não. Mas os bônus de seus executivos… Ah, esses devem ter sido generosos. Aí vem a crise. E ao primeiro sinal de dificuldades, o que se faz? Demite-se. Uma selvageria.

É a maior crise enfrentada pela F-1 nos últimos anos. Mas sempre tem como começar de novo. É o que a categoria precisa fazer, se quiser sobreviver. Porque começar a temporada com 18 carrinhos vai ser patético. Autódromos monstruosos, reluzentes e luxuosíssimos, sem carros para correr neles…

A F-1 perdeu o freio do desenvolvimento ilimitado quando o dinheiro começou a jorrar sem controle, na euforia da grana fácil e farta. Sem exagero algum, o valor do atual motorhome da McLaren é mais ou menos o orçamento inteiro de um time médio de 20 anos atrás.

Tamanhas exigências de verbas afastaram da competição os… competidores! E entraram as corporações. Não se faz um campeonato de futebol apenas com estádios. Não se faz um campeonato de corridas apenas com autódromos. São necessários times, jogadores, equipes, pilotos. O erro básico dessa F-1 perdulária foi esse: dar atenção ao supérfluo (autódromos mirabolantes, motorhomes high-tech, jantares faraônicos, apresentações, festas, uniformes, camarotes, paddock-clubs, VIPs, catracas eletrônicas, pulseirinhas) e esquecer o essencial (carros, mecânicos, equipes, torcedores, paixão por corridas).

A F-1, como o mundo em geral, ficou babaca. É algo que alguém como eu, que passou 18 anos viajando atrás de cada GP, começou a perceber já no fim da década de 90: uma diferença radical no comportamento de todos, no relacionamento com as equipes, na montagem do esquemão de coletivas, nos almoços “só para convidados”, nos acessos cada vez mais restritos aos personagens que fazem o espetáculo. Ficaram todos babacas, viraram todos funcionários de grandes empresas, participantes do big business, e foram embora aqueles que, de fato, amavam o automobilismo — os últimos a deixar o barco foram Eddie Jordan e Paul Stoddart.

E como recomeçar? Trazendo de volta à vida as equipes de verdade. Algumas delas, hoje, existem na GP2, por exemplo. Criando um regulamento que reduza o abismo entre corporações milionárias e times montados na garagem. Limitando o orçamento (olha o Max Mosley aí de novo), cortando as frescuras, correndo mais na Europa, em autódromos mais simples e próximos, deixando de lado essa palhaçada de correr em oásis deprimentes como Abu Dhabi, Bahrein e Cingapura, tentando reencontrar algo fundamental para que esse negócio continue a existir: paixão e simplicidade.

Parece ridículo falar em paixão e simplicidade nestes tempos de commodities e derivativos, mas há certas coisas que só os apaixonados conseguem fazer. E se eles estão recolhidos, amuados, vivendo de lembranças, as coisas não acontecem. Simples assim.

Coluna Warm Up - Flavio Gomes - 05/12/2008