segunda-feira, 17 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

Luiz Fernando Verissimo - Na dividida

Ontam que depois de um vexame do David Beckham num jogo da Copa na Alemanha, sua mulher Victoria teria ligado para seu celular e dito algo como "Anime-se, baby. Seu cabelo estava ótimo".

Uma frase cheia de sentidos. Significava que futebol é apenas futebol e que nada é tão trágico que não tenha suas compensações. Significava que ninguém deve se abater com um tropeço passageiro porque a vida continua e pode ser bela, ainda mais se você é o David Beckham e tem o seu cabelo. Mas, pressupondo-se uma dose de cinismo no comentário da Victoria, que era uma das Spice Girls, ou garotas apimentadas, a frase era para lembrar o marido das suas prioridades: tudo pela Inglaterra, certo, baby, mas acima de tudo a sua. A seleção não era tão importante quanto o estado do seu cabelo.

Com os jogadores de futebol ganhando cada vez mais e portanto sua integridade física valendo cada vez mais, não é de admirar que na hora de meter o pé para dividir uma bola a questão das prioridades passe pela sua cabeça, em meio segundo. Arriscar tudo — perna, sustento da família, contratos de publicidade, futuro — na dividida, ou esquecer tudo isso e entrar, pela camiseta ou pela pátria, para rachar? Uma crítica feita a alguns jogadores brasileiros naquela Copa era que estariam mais preocupados com suas imagens pessoais do que com o sucesso do grupo. Cada um tinha o seu cabelo do Beckham para cuidar.

Não sei até que ponto a decisão de $o Dunga para dirigir a seleção nasceu desta constatação, justa ou não. Ninguém imaginava que ele fosse um estrategista, mas se existiu um jogador que nunca hesitou em entrar de corpo, alma e cabelo numa jogada, na história recente do futebol brasileiro, foi o Dunga. Ele teria sido contratado menos como técnico do que como exemplo. O que torna toda a discussão sobre planos e táticas e jogadores convocados ou não convocados um pouco irrelevante. Dunga nunca escondeu o tipo de jogador que prefere, e foi coerente. Sua coerência como treinador é a mesma do jogador que entrava na bola sempre com a mesma decisão, sem pensar em se autopreservar. Anunciando sua convocação coerente apesar de toda a pressão, Dunga foi, mais uma vez, na dividida.

ONDE HÁ FUMAÇA

Inconformado com as “fotos medíocres” que ilustravam as reportagens sobre as cinzas do vulcão islandês Eyjafjallajökull, o cinegrafista Sean Stiegemeier resolveu registrar o fenômeno do seu jeito.

Iceland, Eyjafjallajökull - May 1st and 2nd, 2010 from Sean Stiegemeier on Vimeo.

sábado, 15 de maio de 2010

LOUCADEMIA DE POLÍCIA (PARTE 2)

Ou melhor, “Corra Que a Polícia Vem Aí”!

“SANTA CAVERNA, BATMAN!”

Apesar de ser exibida originalmente entre 1967 e 1969 nos Estados Unidos, a série de TV “Batman” (também chamada por aqui de “Batman e Robin”, estrelada por Adam West e Burt Yard) marcou pessoas que nasceriam até 20 anos mais tarde. E motivos não faltam.

Ninguém poderia esquecer facilmente um Batman barrigudo auxiliado por um Robin de meia-calça disparando bordões num clima psicodélico entre socos ilustrados por “Pows” e “Crashs” sob um naipe de metais. Convenhamos: só a descrição já é marcante. Tanto que, 4 décadas depois, já há quem queira retomar a produção.

Isso mesmo. Mas com um detalhe a mais: é pornô!

Com vocês, o trailer de “Batman XXX: A Porn Parody”…



Pois é. A Vivid Entertainment, uma das mais famosas empresas de filmes adultos do mundo, anunciou a criação de uma divisão “Superhero”, responsável por filmes pornôs de super-heróis.

Ou seja, preparem-se para ver “XXX-Men”, “Mulher-Engato”, “Demolirrola”, “SuperGay”, “Comem-Aranha”, “Metrix”, “Jorrada nas Estrelas”, “Mastro Boy”, “Avataradas”, “Quartetas Fodásticas”, “Rola de Ferro”, etc.

Rock dos pampas

quarta-feira, 12 de maio de 2010

NEM PATO, NEM GANSO. DEU BURRO!

Qual o melhor comentário sobre a notícia acima?

a) Poderia ser pior. Estão aí Jônatas, Fernando, Daniel Carvalho, Jô, Bobô, Hulk e Afonso que não me deixam mentir.

b) Vitor, Léo Moura, Alex, Miranda e Marcelo; Hernanes, Lucas, Ganso e Ronaldinho Gaúcho; Adriano e Neymar. Quem ganharia?

c) Dunga afogou o ganso e nós vamos pagar o pato.

Técnico do Chile convoca Fierro, mas deixa Maldonado de fora

Kléberson e Fierro convocados, Adriano e Maldonado fora. O segredo para ir à Copa é ser reserva do Flamengo.

O nosso Kobe

sexta-feira, 7 de maio de 2010

LOUCADEMIA DE POLÍCIA

Durante uma operação realizada na manhã de hoje na favela do Jacarezinho (Rio de Janeiro) para combatar o tráfico de drogas e apreender armas e veículos roubados, a Polícia Militar prendeu um suspeito.

Quer dizer, quase prendeu. O problema foi esquecer a travinha das crianças…

Não. Ele não foi recapturado.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Star Wars em 2 minutos

YES, WE CAN PLAY

Empresa lança boneco de Obama, mas sem roupa

Com preço equivalente a R$ 95, brinquedo traz o presidente norte-americano em
versão musculosa, como um super-herói, mas sem qualquer fantasia.



Isso não é novidade. Quando o George W. Bush era o presidente dos EUA também fizeram um boneco dele.


E parece que não era muito bem articulado como o Obama.

Mais uma de Betão

segunda-feira, 3 de maio de 2010

BIKE-ESTEPE

SÃO PAULO (nos renderemos todos) – Vejam que coisa mais doida essa bicicleta-conceito da Volkswagen. Você dobra e coloca no porta-malas em cima do estepe. É elétrica, anda a 20 km/h, se chama Bik.e e os caras pretendem colocar em produção.


Para os defensores do brasileirão com mata-mata

Como todos sabem, sou defensor da morte dos estaduais e do campeonato brasileiro de pontos corridos, mas acho bem interessante que todos leiam esse post que o Flavinho Gomes colocou hoje no seu blog.

O JOGO DE BOLA

SÃO PAULO (falei e pronto) – Quero ter o direito de dizer que na semana que vem começa o campeonato de futebol mais chato do universo. O Brasileirão de oito intermináveis meses, arrastados e aborrecidos, que fazem a alegria e o júbilo da nova geração de comentaristas esportivos, muitos meus amigos do peito e a quem respeito acima de qualquer coisa, mas que estão se transformando nuns chatos de galocha, como o futebol brasileiro. Um porre inominável.

Ainda bem que ainda existem os Estaduais. E os mata-mata. Mata-matas? Matas-matas? Matas-mata? Sei lá. Só sei que futebol precisa de decisão. Precisa de jogos como o do Santos, ontem. Precisa de grandes vices. Precisa das histórias dos vencedores e, principalmente, dos perdedores.

O Brasil entrou na era dos pontos corridos em 2003. E daí? Alguém lembra algum grande vice desde 2003? Ninguém. Os pontos corridos não têm vice. Não têm histórias dramáticas, humanas, jogadores chorando no gramado, ajoelhados. Alguém vai esquecer do Santo André? Ninguém. Alguém vai esquecer da Lusa em 1996? Não. E da Ponte em 1977? Também não. Do Londrina em 1978 no Mineirão, lembram? Eu lembro. E quem foi mesmo o vice do Cruzeiro em 2003? E do São Paulo em 2007?

Os defensores dessa fórmula papai-e-mamãe alegam que o futebol precisa de planejamento, profissionalismo, que os times têm de saber quantos jogos vão fazer, até quando vão pagar salários. Pergunto: qual clube brasileiro se tornou hiperprofissional e megaorganizado desde 2003? Nenhum. Continuam todos numa merda federal, bagunçados, caóticos, erráticos. Os jogadores brasileiros continuam sendo vendidos como alfafa para a Croácia e o Quirguistão. Os que voltam estão ou em fim de carreira, ou com prazo estipulado para ir embora de novo. É conversa, esse negócio de que pontos corridos ajudam os clubes a se tornarem mais sustentáveis e eficientes. Continua tudo como sempre foi.

Esse tipo de campeonato mata o que de melhor o futebol tem. A chance da surpresa, do imprevisível. Campeonatos de 38 rodadas, em que no final leva quem marcou mais pontos, não dão chance ao imponderável, que é a única coisa que diferencia o futebol de outros esportes. É o único em que o pior tem chance de ganhar do melhor. É a metáfora da vida, o que os pontos corridos anulam. Atiram o futebol na vala comum daquilo que é cartesiano, corporativo, mercantil.

Quem é que lembra de todos os jogos que decidiram os Brasileiros de 2003 para cá? Aqueles em que o campeão fechou a disputa? Alguns lembrarão, certamente. Mas a maioria não faz nem ideia. O São Paulo, por exemplo, se bem me lembro, tornou-se campeão um dia jogando em Brasília. Tem coisa mais sem graça? Não tinha nem taça para levantar. Pontos corridos são como um casamento modorrento. Você trepa, mas não goza.

Mata-mata, não. Todo mundo tem chance, todo mundo se dá o direito de sonhar em chegar a uma final, de derrotar o grandão, de se superar. A gente consegue se superar em dois, quatro jogos. Em 38, não. Ninguém consegue. O mais forte te trucida, a vitória fugaz, que é sempre a melhor, inexiste. E estamos acostumando o torcedor brasileiro a se contentar com as migalhas do casamento modorrento, uma vaga na Libertadores, um terceiro ou quarto lugar, bela merda. O futebol virou um palco elitista e aborrecido. Ah, o Brasileiro é o único que começa com 10 ou 12 favoritos, alguém dirá. Falácia. A partir da metade, tem dois ou três. Torcedor não é burro, depois de meia-dúzia de rodadas já sabe que seu time não vai a lugar nenhum nesse funil de um só.

Na época das chaves, grupos, classificações e repescagens, todos sonhavam. Todos tinham chances. Todos acreditavam até o fim. O impacto da eliminação era um orgasmo ao contrário. A senha para começar de novo. Hoje, mais da metade dos times diz adeus a tudo na metade da temporada. Se conforma em não cair. Assume a mediocridade, a vida besta, deixa o tempo passar. Tiraram o direito de cada um sonhar muito cedo. É uma violência.

O curioso é que essa nova geração de analistas de futebol, vejam como é contraditório o mundo, consideram a Libertadores, a Champions League e a Copa do Mundo o auge do futebol. O olimpo, os torneios com que todos sonham. E são todos mata-mata… Mata-matas, sei lá. Então, para quê ficar oito meses no purgatório, se se pode viver às portas do paraíso o tempo todo, mesmo sabendo que não passa todo mundo pela entrada?

O problema é que o mata-mata turva a visão matemática que muita gente quer dar ao futebol. Torna o exercício das previsões nebuloso, porque é difícil prever qualquer coisa quando se tem de acrescentar à lógica o que é ilógico. Como uma expulsão prematura, uma contusão, uma conbinação maluca de resultados, uma zebra estonteante. É fácil fazer previsões para campeonatos de 38 rodadas. É como marcar os favoritos de uma maratona. Meia-dúzia, porque a maioria morre pelo meio do caminho, quando já não há mais um prato de comida à vista.

Pontos corridos fazem justiça ao melhor, argumentarão, e devolvo uma banana a todos. Onde está escrito que futebol é tribunal? Nas tábuas de Moisés? Nas escrituras sagradas? Futebol perde a graça quando se sujeita à justiça. O melhor do jogo da bola é a injustiça. É chegar ao orgasmo na arquibancada, aos 44 do segundo tempo, com a bola na trave, cruel, que quase despedaça uma conquista, que coloca um ponto final a uma epopeia. É preciso o embate final, a provação, a chegada a Santiago de Compostela. O caminho, por si só, é árido e enfadonho.

Futebol é o que se viu ontem no Pacaembu. E no Olímpico, no Mineirão, nos Aflitos (tem a volta), em Barcelona na semana passada, o que se verá em Madri no dia 22. Das decisões a gente lembra. De como acordou, onde viu o jogo, como sofreu, como chorou, a que horas foi dormir. Nunca vou esquecer Santos x Santo André, como nunca vou esquecer de Brasil x Itália, ou de Portuguesa x Rio Preto, ou de Corinthians x Ponte Preta, ou de Palmeiras x Inter de Limeira.

Os pontos corridos são um capricho para os estatísticos, para os que gostam de um mundo ordenado e exato, aqueles que não compreendem que a vida é um caos, não tem ordem nenhuma, viver não é preciso, futebol também não, se é que me entendem.

Flávio Gomes 03/05/2010 - 15:43 - http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/

domingo, 2 de maio de 2010

FLAMENGO X RONALDO

A chuva torrencial que caiu sobre o Rio de Janeiro na última quarta-feira pode ter sido a razão pela qual boa parte das manifestações “anti-Ronaldo” que a torcida do Flamengo preparou para o jogo contra o Corinthians não foi colocada em prática.

Entre as ações, havia um mosaico com a frase “Fenômeno somos nós!” nas arquibancadas e balões que elevariam uma bandeira com o rosto do falecido travesti Andréia Albertini.

Até os vinte transsexuais contratados para ficarem atrás do banco do Corinthians foram barrados pela Polícia Militar.

O jeito, então, foi apelar para o gogó e para a criatividade.

E que criatividade!

Primeiro, uma paródia com o conhecido grito da torcida corintiana: “Aí tem um bando de corno / Agora chegou uma bicha / Pra que eu quero esse gordo? / Enfia no c*, Corinthians!”:


Depois, uma versão para o popular “Está Chegando a Hora”, de Wilson Simonal: “Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai… / O Adriano é f*%da / Só pega mulher gostosa, meu bem / Não pega traveco na orla”:

É… vida de jogador é que nem rapadura: é doce, mas não é mole, não.