domingo, 29 de junho de 2008

Entre prosa e poesia

"Enquête britânica escolheu a seleção brasileira de 70 como a de futebol mais perfeito, na história dos mundiais. A preferência não me surpreende. Vi o que fez, no México, aquela magistral equipe. Era, de fato, um exemplo de harmonia, principalmente, quando atacava em bloco. Revoadas da primavera. Era de encher de arco-íris os olhos do estádio. A bola, um tanto angustiada que provinha da defesa, nem sempre consistente, transfigurava-se quando encontrava no seu caminho a clarividência de Gérson e Clodoaldo. A partir do grande círculo, inaugurava-se um recital de poesia. Um coral de que participavam Pelé, Tostão, Rivelino, o próprio Gerson e Jairzinho.Como disse, os ingleses dão uma demonstração de bom gosto, ao celebrar a equipe de 70. Pena que não tenham visto jogar a seleção brasileira de 58, campeã mundial nos campos da Suécia.Como pretendo desafiar a Física, destinando a dois corpos o mesmo lugar no espaço, permito-me ceder precedência a equipe de 58. Se 70, em perfeição, era prosa-poética, 58, chegaria ao requinte de ser poesia pura, repartida entre dois portentos: Pelé e Garrincha."
Armando Nogueira

2 comentários:

Alex Presidente disse...

É por isso que eu defendo a permanência do anão Dunga no comando da seleção.

E mais, finalmente achamos o nosso camisa 9, viva Obina o bom baiamo.

Viva o futebol arte

Unknown disse...

Pois é, nosso mestre Armando Nogueira, Botafoguense de berço tem razão.
Mais nos dias de hoje temos que nos contentar (botafoguenses) com a "belas" jogadas de Diguinho e cia.(Não é Paulinho?)
Que Deus nos perdoe.

Viva o futebol mereca.