terça-feira, 11 de novembro de 2008

A palavra em jogo...

O treinador Dunga já decretou: favorita da Copa América é a Argentina. Seu colega argentino, Alfio Basile, devolve, de primeira, a bola de fogo: favorito é o Brasil, que foi o último campeão.
Favorito é uma das milhares e milhares de palavras que, com o uso abusivo, acabou perdendo o sentido primordial. Coisas da semântica. Era apenas um adjetivo que exprimia uma preferência. “Meu time favorito é o Fluminense”- diria um torcedor do Fluminense, sem que estivesse, predizendo que seu clube seria o campeão do ano.
A tal semântica, como disse, alterou o significado da expressão. O favorito passou a ser qualquer um que o senso comum considera mais credenciado a conquistar um título de campeão.
O adjetivo virou um estigma. O favorito já entra em campo, com a obrigação de ganhar. Se perder, a cobrança será em dobro.
Daí, a troca ferina de bolas entre os dois treinadores. E, no caso, Dunga não deixa de ter suas razões. A Argentina entra na Copa América com a fina flor do seu futebol. De Messi a Tevez, passando por Riquelme, não falta ninguém de renome.
O Brasil não terá nem Kaká, nem Ronaldinho Gaúcho, que são as estrelas mais reluzentes da constelação nacional.
Enfim, pra ser fiel aos dois sentidos históricos da palavra, direi que minha favorita (a predileta) continua a ser a seleção nacional, mas, a favorita pra ganhar a Copa América é mesmo a Argentina...

Armando Nogueira - 26/06/2007

Nenhum comentário: