quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Astros do cinema inspirariam Ronaldo a emagrecer?

Para fazer o filme O Náufrago, Tom Hanks teve que emagrecer perto de 30 quilos. Só assim foi possível interpretar Chuck Noland, funcionário-padrão da Federal Express (!!!) que era um tanto gorducho e reapareceu com porte de faquir, após mais de quatro anos em uma ilha conversando com uma bola de vôlei chamada Wilson (tome merchandising!).


Por este filme, produzido no ano 2000, Hanks faturou entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões. Estima-se que tenha embolsado US$ 70 milhões para fazer Forrest Gump, de 1994, entre cachê e participação nos lucros. Na ocasião, o ator americano também teve que transformar o próprio corpo em sanfona para interpretar o personagem esquálido que participou de vários fatos históricos. Aliás, ele me lembra alguém… Mas vamos em frente.

Robert De Niro também ampliou seu corpo em aproximadamente três dezenas de quilos para viver a fase decadente do pugilista Jake LaMotta no sensacional Touro Indomável. E é outro astro de Hollywood capaz de ganhar mais de US$ 20 milhões por um só filme.


E há mais exemplos de atores que engordam e emagrecem para certos papéis, como Sylvester Stallone em Copland, George Clooney em Syriana, Russell Crowe em O Informante (The Insider no original) e Matt Damon no ainda inédito no Brasil e sem título em português The Informant. Todos faturam alto por serem chamarizes de bilheteria.


Se os nomes de Hanks, De Niro e dessas feras nos letreiros dos cinemas bastam para assegurar certo faturamento, o de Ronaldo também tem potencial nesse terreno. Sua presença no Corinthians agitou o mundo do futebol. E é atração porque da mesma forma que os grandes astros arregimentam fãs pelo que mostram nas telas, ele também formou legiões de admiradores pelo que fez em campo.

Mas se para viver determinados personagens atores têm que emagrecer ou engordar, e depois perder todo o peso novamente, o jogador de futebol também precisa esculpir sua silhueta para que faça jus à denominação atleta. É assim que funciona. Se Hanks continuasse gordo após mais de 1,5 mil dias numa ilha devorando coco e jogando conversa fora com uma bola, o filme, que já não é lá essas coisas, seria alvo de (mais) piadas.



Por essas e outras, o peso de Ronaldo é, sim, notícia. Evidentemente tudo o que envolve o astro, sua recuperação, avanços e dificuldades, vira fato relevante. É o que o Corinthians e seus possíveis parceiros na empreitada querem. Porém, gordo, vestindo bermuda de basquete, ele pode até fazer um gol ou outro, mas estará distante da expectativa criada ao seu redor.

As pessoas, os admiradores, esperam mais, a torcida do Corinthians vai exigir mais do que meros brilharecos. E duvido que qualquer fiel seja louco a ponto de comprar uma camisa do astro e achar que fez um bom negócio se ele apresentar porte de lutador de sumô daqui a alguns meses.

Ronaldo afirma que ninguém tem nada com a vida dele. Acha que os fãs-consumidores dos produtos das muitas empresas que espera ter como patrocinadoras apenas gastarão dinheiro com aquilo que ele anunciar sem nada pedir em troca. Mas não é assim. As pessoas desembolsarão ainda mais grana, e felizes, se fizer bonito em campo. Uma coisa depende da outra, ora.

E para isso tudo funcionar, é preciso emagrecer, priorizar a vida de atleta. E trazer resultados para o clube. Se o cidadão acha mais importante curtir a noite, as maravilhas que a sociedade oferece, tudo bem, mas que não iluda as pessoas criando falsas expectativas — e aí me refiro especificamente ao torcedor do Corinthians. Certos objetivos na vida exigem alguns sacrifícios.



Ainda acredito que Ronaldo possa fazer alguma coisa no futebol, mas para isso, ele precisará seguir a dieta de Tom Hanks, que por sinal engordou tudo de novo depois do filme que aceitou protagonizar. O Fenômeno também poderá encher a pança e viver a night como bem entender, no dia em que também deixar a bola para trás. Ou ela fizer isso com Ronaldo, como fez Wilson, que saiu nadando, de saco cheio do tal de Chuck.

Um comentário:

Unknown disse...

Tá aí, o nosso Rossini é o verdadeiro Forest Gump, um verdadeiro contador de causos e historias incriveis de suas aventuras quando menino pequeno na Glória. Como diria nosso ilustríssimo presidente: Ele é uma Lenda.